Quero que partas. Não quero que quebres, que deixes os teus estilhaços nas minhas mãos. Sangro sem parar enquanto tu te deleitas pecaminosamente. Levas num bolso um jeito de decência, e no outro uma decadência que parece só a mim me afectar.
Esta noite vou abandonar-te sem sequer notares. Vou ponteando num silêncio ensurdecedor, e o nosso fim chega sem a vontade de ambos.
Merecíamos melhor. Deixamo-nos ficar antes do nascer do dia, morremos sem pedir, sem notar, sem resistir.
Quero que partas e quero-te aqui. Nunca te desejei tanto como agora. O teu perfume, o teu olhar que se transforma em meu, a eterna facilidade física. Tenho um nó na garganta do tamanho de tudo o que é teu.