Quero que partas. Não quero que quebres, que deixes os teus estilhaços nas minhas mãos. Sangro sem parar enquanto tu te deleitas pecaminosamente. Levas num bolso um jeito de decência, e no outro uma decadência que parece só a mim me afectar.
Esta noite vou abandonar-te sem sequer notares. Vou ponteando num silêncio ensurdecedor, e o nosso fim chega sem a vontade de ambos.
Merecíamos melhor. Deixamo-nos ficar antes do nascer do dia, morremos sem pedir, sem notar, sem resistir.
Quero que partas e quero-te aqui. Nunca te desejei tanto como agora. O teu perfume, o teu olhar que se transforma em meu, a eterna facilidade física. Tenho um nó na garganta do tamanho de tudo o que é teu.
quarta-feira, 14 de julho de 2010
domingo, 10 de janeiro de 2010
Storm
Janeiro nunca foi meu, nunca prometeu, sempre duvidou. Janeiro provocou-me o grande amor, único de uma vida, só me sufocou.
Quis-te abraçar Janeiro, mas nunca permitiste, sempre me afastaste. Desejei o teu beijo intensamente, e em troca deste-me espinhos, algumas rosas murchas, outras queimadas pela neve.
Em Janeiro delirei, afoguei-me em gotas de insanidade e depressa mergulhei no incerto. Já me construí, já me ruí.
Janeiro, que tantas mágoas me ofereceste, e agora à loucura te rendeste. Sou eu que te possuo agora, vem agora, impotente, ver-me erguer de novo.
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