quinta-feira, 16 de abril de 2009

Serei sempre exploradora do mundo, mas ainda mais de mim mesma, serei sempre incansável, insaciável, não pararei. Pois enquanto para mim há vida, há também uma vontade imparável.
Existe a força da preserverança, de quem não esconde lágrimas e não tem receio de se revelar.
Há a constante mudança de uma vida escassamente planeada. E tu sabes que é isso que me motiva, sempre gostei de correr com a realidade e não atrás dela. Já reparaste na imensidão de situações nas quais digo "Logo se vê"? É o argumento que utilizo para agir na hora e tirar partido de cada instante.
Respeito o teu querer acima de tudo o resto. Contudo, será demais implorar-te que caminhes junto a mim à deriva de um qualquer sonho desgastado pelas tuas sucessivas presenças?
Já sinto o cheiro do teu encanto no ar e tu nem estás aqui.
Como é grande a minha preserverança, do tamanho da tua lenda pintada de flores e cidades medievais.
À minha maneira, nunca ousarei fechar-te uma porta sequer, pois em mim há algo de ti que eternamente viverá.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

The midnight sun



I can take the rain on the roof of this empty house, that don't bother me
I can take a few tears now and then and just let them out
I'm not afraid to cry
Every once in a while even though goin on with you gone still upsets me

It's hard to force that smile when i see our old friends and i'm alone
Still harder gettin up, gettin dressed, livin with this regret
But i know if i could do it over
I would trade, give away all the words that i saved in my heart that i left unspoken

What hurts the most, is being so close
And having so much to say
And watchin you walk away
Never knowing, what could have been
And not seein that lovin you
Is what i was tryin to do...


É necessária a força inesgotável de alguém que já viveu, sentiu, chorou.
Sol da meia noite, abraça-me e permanece aqui.

The midnight sun

terça-feira, 7 de abril de 2009

Paredes pintadas


Um feixe de luz rasga as cortinas do meu quarto, vem abalar-me amenamente, grita ao meu ouvido para que eu me abra à luminosidade.

Até parece loucura, mas existe mesmo uma ligação entre sentir-me tão espontânea e o facto de tu estares presente.
Quando estava apenas por minha conta, era contida, racional e a terra não largava os meus pés. Neste momento, larguei o meu norte no canto de uma qualquer estrada e parti sem lhe dizer adeus, para uma viagem alucinante. Já nem me sinto e estou tão bem assim!
Apesar do desvario em que me tornei, sei que nunca fui tão eu, tão verdadeira e pura. A complexidade voou pela janela e eu nem impedi a sua saída. Como é bom não ter medos nem receios, ser apenas, sentir apenas!
Espero que te sintas culpado pelo rodopio em que me tornei, viraste tudo do avesso.
Agora só me resta o deleite no sol ardente, a lua cheia de doçura, e apreciar, como é bom apreciar…

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Soprar


Hoje vi uma estrela cadente. Logo recordei o teu sorriso e a forma como gesticulas inatamente enquanto falas.

Foi fogo. Fogo que incendiou as fronteiras que me resguardavam e me cercou. É ligeiramente agradável e simultaneamente doloroso sentir-te. Eu já não penso, apenas sinto. Sinto os teus olhos pousados nos meus, cheios de uma ternura que para ambos é novidade. Sinto o subtil toque da tua mão na minha, que suavidade sublime e memorável! Sinto os teus lábios na minha face, e ainda mais intensamente sinto as sensações incontroláveis que trepam por todos os meus poros. É um rebuliço que em nada me espanta.

Se quiseres, finalizamos aqui. O sentir já me consola, embora tudo em mim deseje mais, muito mais. Quem sabe um dia a maresia me sussurre a tua confissão.

Por agora, eu procuro-te com os sentidos, e da mesma forma luto por ti.





Veremos juntos o incendiar das estrelas cadentes?

Pergunta ao luar espelhado em mim.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Não me perguntes porque prefiro a chuva ao dia radiante!
Pensa que tanta alegria nunca teria lugar num belo dia.
Não me perguntes porque prefiro sentir dor do que nada sentir!
Pensa que apenas necessito de me sentir viva.
Não me perguntes porque prefiro a paixão ao amor!
Pensa que o que é efémero é mais intenso.
Lembra-te das minhas faces envoltas em diamantes, eu lembrar-me-ei do primeiro momento em Nova Iorque.
As luzes que encandeavam o ar, todo ele húmido e ameno, ajudaram a revelar-me.
Nessa curta-metragem, passaram avenidas nas quais me perdi e me achei.
Sempre guardarei o sabor do chocolate, quente e partilhado na tempestade das certezas.
Eram momentos sorridentes com leves toques de vermelho.
Tilintares de mil estrelas incendiavam o meu guarda-chuva, privilegiado espectador do maior espectáculo da vida.
Fecho tudo com uma chave platinada, dentro da adorável caixa de canela.
Tento negar as vezes que secretamente a abro, amarro a vontade de voltar.
Conto cada insignificante segundo, mudo aparentemente, desfilando no frenético relógio de parede.
Relembro que tudo (quase) passou.
É o amor, de onde tudo vem, para onde tudo volta.