quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Summer breeze


Brisa de verão.

Encurtas as noites, desfazendo-as em mil pedaços, prolongas os dias num deserto sem oásis.

Passas por mim à velocidade da luz, olha-me aqui, só navego ao sabor do vento.

Destacas-te pelo aroma apaixonante, cortas-me a acidez e todo o tipo de teimosia que ainda resista.

Desejo, sinto irreflectidamente, que me guardes contigo. Posso ser o teu tesouro se quiseres.

Devolve-me a noite, o seu luar e o esplendoroso som do seu silêncio.

Revelo de novo, guarda-me contigo, para que eu possa proferir as mais impensáveis e dilacerantes palavras.

Já caminho descalça só de pressentir a liberdade que advém de ti, voo e rodopio.

Durante a noite, escrava das tuas vontades, perco a noção da impetuosidade do tempo.

Envolve-me para que eu não sinta o que está fora, deixa que toda a vida seja riso e prazer desvairado.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Insuportável


Torna-se insuportável. A tua falta, o teu lugar vazio, aquilo que já foste e não mais voltarás a ser. Volta para casa, implora a minha alma, desesperada num rebuliço que só Deus sabe. Estiveste muito tempo ausente, insisto, ainda que saiba como ninguém que partiste de vez. Tu sempre acreditaste em mim, sempre tiveste a minha lealdade, e finalmente mais tarde resgataste o meu amor.

Há desalento no ar, a palavra saudade soletrada em cada canto do meu quarto.
Corta, perfura, dissecando-me a alma com o teu jeito hábil dominador de ser.
Saudade. Enquanto existirmos separados, sempre saberei distingui-la.