quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Ir à Volta


Tudo foi para ti. Já se esgotou a liberdade de escrita. Apenas posso reflectir sobre uma meia dúzia de acontecimentos, que sustentam uma vida. Passagens, nuvens, nevoeiro denso. Inverno cerrado e um extraordinário dia de neve. Tento escrever para os Homens e não para mim. Ou melhor dizendo, para ti. Começo uma frase no Norte e encontro-te nela no Sul. Escrevo sobre uma folha seca, solta e abandonada no chão cru, e logo imagino a forma do teu coração. Quente ou frio, só Deus sabe, escalda o meu.
Cansei-me, fala-me tu agora. Recita poemas, discursa frases exclusivamente tuas. Fala de política, de economia, uma só banalidade explodiria comigo. Canta-me ao ouvido algo que me faça sorrir, uma simples frase cheia de graça.
Não voltas, encolho os ombros, eu sei disso. Não sou pessoa de guardar lugar cativo.














Admiro-te sempre, amigo de uma vida.

1 comentário:

  1. "Quente ou frio, só Deus sabe, escalda o meu.
    Cansei-me, fala-me tu agora." - lindo.
    Os teus textos matam-me.
    Espero ver aqui o de hoje.

    amo-te *

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